terça-feira, 30 de agosto de 2011

no olho da MERDA


existem coisas que acontecem porque têm que acontecer. existem MERDAS que fogem do controle da racinha de MERDA e nos colocam no nosso devido poço de MERDA, de onde nunca deveriamos ter saído. um furacão pode ser divertido, animado, entendiante, cansativo, assustador, avasalador, entre tantos outros adjetivos. mas o melhor (via o pior) de um furacão é ver como se torna fraca, frágil, burra, retardada e entupida de MERDA a raça humana quando está sem luz, água, internet, facebook, twitter, sandy e junior, i-phone, i-pad, i-vida. em momentos como esse podemos observar de perto a fragilidade, a MERDA humana. somos escravos de tudo. escravos de nossos supermercados cheios de ataques cardíacos, cânceres e diabetes, maquiados em embalagens multi-coloridas e entupidas de MERDA. somos escravos das nossas televisões com seu conteúdo de MERDA nos bombardiando com mortes, tragédias, doenças, previsões do tempo e viadagens teen. somos escravizados pela tal da internet com seu conteúdo duvidoso e atualizado em redes sociais onde a MERDA encontrou seu verdadeiro trono. escravos de nossas casas com suas geladeiras cheias de MERDA, nossa colchões macios feitos por trabalhadores que recebem seu divino salário de fome, nosso papel higiênico folha dupla para limpar nossos cuzinhos floridos de MERDA. escravos de nossos carros beberrões que nos levam sem se opôr a lugar nenhum, à MERDA nenhuma, a 100km por hora. escravos de meios de transporte que só ajudam a proliferar a MERDA em uma escala global. um globo que a cada segundo de cada hora de cada dia (via tempo real) vai se afundando na MERDA que ele mesmo criou. de todas as catástrofes naturais, a que mais vai deixar sua lambrecada de MERDA será a catástrofe da criação do ser humano. é uma MERDA acordar de manhã, me olhar no espelho e chegar a triste conclusão que eu também sou um ser humano. se existe um deus eu não sei e nem quero saber, mas que alguma força infinitamente maior e mais sábia criou a MERDA, disso eu não tenho dúvida.

art: the great wave / katsushika hokusai (1829)

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