sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

memórias de tempos e MERDAS


lembrar das MERDAS passadas é uma condição, privilégio e fator determinante para a fibra do ser humano. no natal (via 25/12 dia de jesus e da MERDA) eu completei mais um anus de MERDA, agora são 28 anos de cagadas, gargalhadas, bebedeiras, fumaceiras e muitas MERDAS. mas para que servem os números de MERDA que não significam nada? para que contar o tempo da MERDA? nesses anos todos acho que aprendi que a memória é a única MERDA que conta. e ela nem sempre é fiel aos fatos, o que para um MERDA como eu é melhor ainda. mas olhando para trás friamente, a MERDA sempre foi a mesma mesmo. as “gatinhas” de antigamente só eram “gatinhas” por que era antigamente. as MERDA das bandas de antigamente talvez fossem tão fedorentas quanto as MERDAS das bandas de agora. os filmes de hoje com seu vasto repertório de MERDA, podem futuramente serem as obras de arte reverenciadas pelos MERDAS que dizem entender alguma coisa sobre MERDA nenhuma. um cara cujo o nome é mos def disse a seguinte frase “memories don’t live like people do, they only remember you”, sempre concordei com essa MERDA aí. nas lembranças que temos sempre estamos no meio do furacão. a “ação’’ sempre está acontecendo em volta da gente mesmo que na realidade dos fatos não estava acontecendo MERDA nenhuma. sempre estávamos muito loucos, muito jovens, muito rebeldes, muito vivos, muito cheios de MERDA. nas memórias os quadros sempre são perfeitos até em suas imperfeições. uma separação trágica em seu tempo real, se torna memórias inesquecíveis de um tempo de MERDA onde o céu era sempre azul, as cervejas infinitas, os porres inesquecíveis com direito as trilhas sonoras de MERDA que nós mesmos colocamos em nossas memórias anos depois delas acontecerem. nas minhas memórias, ou melhor, lembranças, os dias eram cheios de ação, descobrimento e nada poderia dar errado. olhando para trás vemos que mesmo quando a MERDA batia no ventilador, se espalhava por todos os lugares e espirava nas pessoas ao nosso redor, no final sempre ocorria um fato redentor das MERDAS que você tinha feito e você ainda aprendia alguma coisa sobre a “vida”, que não passa de um período que antecede a morte. quem me conhece sabe da luta que tenho com o passar do tempo. a impotência gerada com o passar dos anos talvez seja MERDA demais para um mero MERDA como eu. não consigo enxergar beleza no passar dos anos, só vejo a beleza do tempo, da juventude, das risadas descomprometidas, das tardes sonolentas e preguiçosas, dos amigos com seus sorrisos jovens ensolarados, dos cabelos molhados das meninas no pátio da escola antes da aula começar, da MERDA do medo da autoridade, dos pais, do mundo real. não vejo vantagens de MERDA com a experiência dos anos. minha memória se não me falha, me faz perceber que tudo passou e deixou uma MERDA de uma lambrecada no meu cérebro. lembrar na verdade é única maneira de se manter vivo. o que resta dessa comedia trágica que se chama “vida” são lembranças de MERDAS que nunca voltarão. o presente ou o futuro só têm alguma relevância quando viram passado, e tudo isso não passa de uma grande MERDA.

art: eau de cologne/a.r.penk (1975)

Um comentário:

Bruna Bernardi disse...

Esse é o meu único conselho: Use filtro solar!